Sunday, February 11, 2007

Uma temporada no Inferno


Jamais pratiquei o mal. Os dias me serão leves, o arrependimento me será poupado. Não terei tido os tormentos da alma quase morta para o bem, na qual ascende a luminosidade severa como a dos círios fúnebres. O destino do filho de família, esquife prematuro coberto de límpidas lágrimas. Sem duvida, a devassidão é estúpida, o vício é idiota; é preciso jogar fora a podridão. Mas o relógio não terá chegado a tocar senão a hora da dor pura! Serei suspenso como uma criança, para brincar no paraíso, esquecido de todas as desgraças! Depressa! existem outras vidas? — O sono entre riquezas é impossível. Só o amor divino outorga as chaves da ciência. Vejo que a natureza não passa de um espetáculo de bondade. Adeus quimeras, idéias, erros.
[arthur rimbaud]

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6:

Blogger Unknown said...

Não fui eu, foi meu Eu-Lírico.

9:51 PM  
Blogger Bárbara Lemos said...

Isso é frustrante, não?

5:29 PM  
Blogger Defensor said...

Saudações
...boa escolha, Rimbaud é excelente. Gosto dos poetas malditos, são os melhores em minha opinião.
Abraços cordiais,
Paz e prosperidade!

9:19 PM  
Blogger [[cleo]] said...

Olá!

Um texto algo forte... mas muito marcante!
Tem de se ler duas vezes para se compreender bem...

Um beijinho soprado

9:30 AM  
Blogger Manuel Veiga said...

deve ser uma chatice não praticar o mal. que Deus o perdõe, se puder...

não gosto de anjos, mesmo dos "negros", como é o caso!

12:02 PM  
Blogger Iasnara said...

Disse também:"A Ciência, a nova nobreza! O Progresso. O Mundo anda! Por que não giraria?"

Visceral. Anacoreto. Aventureiro.

A-D-O-R-O--O--M-A-L-D-I-T-O.

5:40 PM  

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