Tuesday, September 25, 2007

Oco

"Volto às minhas lembranças que foram se acumulando no meu eu lá de dentro, em camadas, feito poeira. Invento (de vez em quando) o que é sempre melhor do que o nada que nem chega a ser nada porque meu coração pulsante diz EU SOU EU SOU EU SOU. Meu peito (rachado) continua oco..."
[lygia fagundes telles - anão de jardim]

Monday, September 24, 2007

Liberdade

O cavalo é nu. Falsa Domesticação: O que é cavalo? É liberdade tão indomável que se torna inútil aprisioná-lo para que sirva ao homem: deixa-se domesticar mas com um simples movimento de safanão rebelde de cabeça – sacudindo a crina como a uma solta cabeleira – mostra que sua íntima natureza é sempre bravia e límpida e livre. Forma: A forma do cavalo representa o que há de melhor no ser humano. Tenho um cavalo dentro de mim que raramente se exprime. Mas quando vejo outro cavalo então o meu se expressa. Sua forma fala. (...) Sensibilidade. Todo cavalo é selvagem e arisco quando mãos inseguras o tocam. (...).
p.s.: essa foto foi tirada em Salvador - em 10/09/07 - eu e a Thalita.
[lispector - conto sobre cavalos]

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Sunday, September 16, 2007

Grito


"Porque há o direito ao grito. Então eu grito. Grito puro e sem pedir esmolas".
[lispector]

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Tuesday, September 11, 2007

Lembrança


"Doce quebranto ao te falar. Mas há a espera. A espera é sentir-se voraz em relaçao ao futuro. Um dia disseste que me amavas. Finjo acreditar e vivo, de ontem para hoje, em amor alegre. Mas lembrar-se com saudade é como se despedir de novo".
[lispector - água viva]

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Monday, September 10, 2007

Força

"...Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. " "...Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda..." "...É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele..."
[lispector]

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