Venho de tuas raízes, sopros de ti. E amo-te lassa agora, sangue, vinho, taças irreais corroídas de tempo. Amo-te como se houvesse o mais e o descaminho. Como se pisássemos em avencas e elas gritassem, vítimas de nós dois: Intemporais, veementes. Amo-te mínima como quem quer mais, como quem tudo adivinha: Lobo, lua, raposa e ancestrais. Dizes de mim: És minha.
"Como me sinto? Como se colocassem dois olhos sobre uma mesa e dissessem a mim , a mim quesou cego: isso é aquilo que vê , essa é a matéria que vê . Toco os dois olhos sobre a mesa , lisos , tépidos ainda , arrancaram há pouco, gelatinosos , mas não vejo o ver .É assim o que sinto tentando materializar na narrativa a convulsão do meu espírito , e desbocado e cruel , manchado de tintas , essas pardas escuras do não saber dizer , tento amputado conhecer o passo , cego conhecer a luz , ausente de braços tento te abraçar ."